sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ) - JARDIM DE ALAH / PARQUE ALBERTO SAMPAIO

REFORMAS PARA MELHOR OU PARA PIOR ?

PARTE 1

Na placa que se encontra fixada no Parque, em seus dizeres finais pode-se ler:
... que buscou resgatar os caminhos da beleza traçados por nossos conterrâneos.


     Reforma, este é um dos problemas crônicos que Campos tem com os seus governantes: a destruição e morte de suas praças e jardins. Em nome das "reformas", trocam o verde das plantas, o colorido das flores, por concreto e sombrias placas de granito. No mais alto estágio de minha suprema ignorância, tento entender  por que isso acontece. Seria por falta de sensibilidade ou $eria por interesses políticos ?

     O que eu vi, o tempo todo, em minha vida, foi que quando a cidade precisa de um terreno, para se construir algum prédio, enfim, de alguma obra para o bem público, ao invés de procurar um local em desuso, desapropriar algum prédio (são tantos os prédios que estão caindo por falta de conservação) os nossos governantes são atacados pelo centenário VÍRUS APEJ (Anti Praça e Jardim),  correm para as praças e jardins destruindo o verde em nome da nece$$idade pública.

Este blogueiro estará mostrando aqui alguns exemplos destas "reformas".

     Apesar de anteriormente já ter comentado e mostrado o que fizeram com a Praça São Savador, que na minha opinião foi um crime, vamos começar pra valer com o Parque Alberto Sampaio, incialmente chamado de Jardim de Alah.



Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ

     Nesta foto podemos ver as antigas dimensões do Parque Alberto Sampaio. A torre do Mercado Municipal aparece discretamente no centro.


Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ

Irmãos Pimentel (1957)
     Este blogueiro, com duas de minhas irmãs, aproveitando um domingo de sol no Jardim de Alah nos anos 50. Nascido na rua Boa Morte, no centro da cidade e bem próxima ao Jardim, lembro-me que a minha família frequentava muito o local, e apesar da vigilância dos familiares, eu escapulia e me molhava nas águas do Canal Campos - Macaé (num pequeno espaço que não era fundo), que nesta época não eram poluídas. Lembro também que a correnteza nunca foi forte.

Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ

Fotografado por Tibor Jablonsky (Biblioteca IBGE) nos anos 60, ganhou o nome de Jardim de Campos (RJ).

Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ
(Foto : colaboração de Jom Saavedra)

Uma pequena arquibancada onde se podia sentar e conversar.

Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ

Assim era o Canal Campos - Macaé dentro do Parque.


Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ

Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ

Quando o verde ainda era prioridade e suas plantas eram bem cuidadas.

Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ
(Foto de João Pimentel em 05/09/2010)

     Em 2010 é isso que nos resta; ver em que estado se encontra um lugar que deveria ser um dos cartões postais da cidade. Muito obrigado, senhores governantes. Será que é assim que nossas autoridades cuidam dos jardins de suas propriedades particulares ? Duvido muito.

Jardim de Alah/Parque Alberto Sampaio
Campos dos Goytacazes - RJ
(Foto de João Pimentel em 05/09/2010)

     Bem, ainda podemos encontrar por lá algum cidadão que consegue tirar proveito do Parque.

Um ditado popular diz o seguinte: "quem pode, pode !"

Assim digo eu : aproveita aí gente boa, não é qualquer um que pode fazer isso nos dias atuais !


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8 comentários:

  1. Parabéns pela postagem!
    Moro bem perto deste parque e não o conheci como era antes, mas só depois da reforma que lhe deu uma arena, lago artificial, parquinho para as crianças... Neste período, quando adolescente, aproveitei muito este espaço que agora não resta nada mais que entulhos e serve de abrigo para pessoas que não tem onde morar.
    Meus filhos sonham em brincar neste espaço, mas como vejo da minha janela coisas não muito boas acontecendo ali, não posso permitir que desfrutem deste parque apesar de ser tão próximo de nós.
    Sabe, ontem colocaram fogo naquela parte da arena e o fogo tornou-se alto e a fumaça pode ser vista de longe. Creio que eram os moradores festejando a entrada do novo ano. Rs,Rs,Rs.

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  2. Muito obrigado por suas palavras. Eu procuro entender como isso foi acontecer, mas não consigo. A minha irritação é extrema. Eu entendo você. Sorte minha, já que consegui levar as minhas filhas para brincar por lá. Infelizmente a minha neta não terá este prazer. Abração. João Pimentel.

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  3. Meu DEUS!!!
    Quanta diferença!!!
    Que lugar lindo e tranquilo que era antigamente onde podia estar com filhos e famílias. Hoje eu não vou ter essa oportunidade de levar meu filho.
    Sei que vai parecer estranho, mas sinto uma saudade de um tempo que não vivi...
    Robson Silva

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  4. Robson, infelizmente outras praças também estão lentamente desaparecendo. Ultimamente andam trocando os jardins por quiosque, daí então o espaço público para as famílias, as crianças a cada dia fica mais restrito. Abração.

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  5. gostaria de ver os comodos quarto sala etc vcs não tem fotos?

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  6. Valéria, sinceramente não entendi a sua pergunta.
    Abrçs.

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  7. Nasci e me criei em Campos. Há cerca de 40 anos me mudei para trabalhar no Rio. Nunca deixei de ir a Campos onde vive praticamente toda minha família.
    O Jardim de Alah é uma das minhas boas lembranças da infância e adolescência. Fico triste quando vejo como acabaram com aquele parque. Aliás, é difícil entender porque fizeram isso. Por certo não existe justificativa convincente. O absurdo é ainda mais contundente quando se sabe da existência de projeto urbanístico exuberante para o entorno do parque. Vale a pena conhecer o projeto original do Jardim de Alah que até a bem pouco era encontrado na Biblioteca Municipal.
    Fiquei imensamente satisfeito quando descobri este blog. Bobamente pensava que ninguém se procupava com isso. Mas, com pesar, fiquei com a impressão de que poucas pessoas se interessaram pelo assunto.
    Outra questão impressionante, que você também aborda, é a descabida ocupação das praças e jardins da cidade, não só com edificações das mais diversas, como permitem a instalação da mafuás e quiosques.
    A descaracterização dos bens públicos e da memória da cidade é uma constante.
    Vou parar por aqui para não ser massante, mas espero ter oportunidade para voltar ao assunto que, para mim, deveria ter uma divulgação bastante ampliada e, se possível, gerar um debate da questão. A coisa é muito séria e creio deve ter outras pessoas interessadas em discutir o assunto.
    Obrigado pelo que você já está fazendo.
    Tadeu Manhães

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  8. Tadeu, agradeço muito por este seu comentário. É irritante o descaso de "nossas autoridades" para com os bens públicos da cidade. E o pior é que este descaso acontece desde os primórdios da administração pública de Campos. Confesso que tenho uma certa inveja das cidades que conservam seus prédios e se orgulham de sua história.
    Abração.

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