(Revista Atual 12ª Edição - Dezembro/2015)
CAMPOS ONTEM, CAMPOS HOJE
CAMPOS ONTEM, CAMPOS HOJE
Sim, sou campista, e tenho muito orgulho disso! Alguns podem até dizer
que sou um privilegiado por ter nascido
na área central da cidade, ou melhor dizendo, no Centro Histórico de Campos dos
Goytacazes. Concordo parcialmente, já que tive a oportunidade, dentre outras
coisas, de viver parte da minha infância brincando e correndo pelos extintos
gramados do Jardim de Allah (atual Parque Alberto Sampaio); pilotar um carrinho
de rolimã (com a ajuda dos amigos é claro) pelo entorno da Igreja N. S. da Boa
Morte; frequentar o Clube de Regatas Saldanha da Gama (onde hoje está erguido o
Campos Shopping); assistir às sessões infantis de cinema no antigo Cine Teatro
Trianon, que foi demolido para dar lugar a uma agência bancária, além de, aos domingos,
depois da missa na Catedral, sentar com a família em qualquer um dos vários
bancos (de madeira e ferro) na praça São Salvador, para comer pipoca e conversar com os amigos.
Atrevo- me a dizer que esta foi uma
parte da época romântica da cidade, onde muitos dos prédios que eram autênticos
representantes deste período, foram demolidos, posteriormente.
A matéria de uma revista no início do
século passado, mais precisamente de 1918, assim descrevia Campos: “ A cidade é
toda plana, varrida constantemente pelo nordeste. Ocupa uma área de 1.658
hectares, e tem cerca de 5.000 prédios, destacando-se belos palacetes e havendo
trabalhos arquitetônicos de monta. Tem 70 kilômetros de ruas, quase todas
calçadas, sendo de notar que a pedra vem de quase 6 léguas distante da zona
urbana”.
Mas o tempo passa, Reginaldo Bessa, em
versos de música disse:
“A gente dormiu acordado e o tempo depressa passou.
O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém!”...
Sim, é verdade, o tempo se encarrrega
de moldar tudo. Os belos palacetes estão desaparecendo; os trabalhos
arquitetônicos se resumindo em traçados retilíneos e envidraçados; a cidade vai
mudando, se verticalizando, transformando-se num novo hoje que será velho,
antigo... no amanhã.
Em Campos dos Goytacazes, ainda
existem alguns itens históricos que passam despercebidos pelos campistas;
muitos deles fazem parte de um conjunto de obras que ganharam o nome de “Os
Melhoramentos de Campos” e que, no próximo ano, completarão 100 anos. Mas isto...
é uma outra história!
João Pimentel
(Vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes)