quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

CAMPOS ONTEM, CAMPOS HOJE


(Revista Atual 12ª Edição - Dezembro/2015)

CAMPOS ONTEM, CAMPOS HOJE
   Sim, sou campista, e tenho muito orgulho disso! Alguns podem até dizer que sou um privilegiado por  ter nascido na área central da cidade, ou melhor dizendo, no Centro Histórico de Campos dos Goytacazes. Concordo parcialmente, já que tive a oportunidade, dentre outras coisas, de viver parte da minha infância brincando e correndo pelos extintos gramados do Jardim de Allah (atual Parque Alberto Sampaio); pilotar um carrinho de rolimã (com a ajuda dos amigos é claro) pelo entorno da Igreja N. S. da Boa Morte; frequentar o Clube de Regatas Saldanha da Gama (onde hoje está erguido o Campos Shopping); assistir às sessões infantis de cinema no antigo Cine Teatro Trianon, que foi demolido para dar lugar a uma agência bancária, além de, aos domingos, depois da missa na Catedral, sentar com a família em qualquer um dos vários bancos (de madeira e ferro) na praça São Salvador, para comer  pipoca e conversar com os amigos.
   Atrevo- me a dizer que esta foi uma parte da época romântica da cidade, onde muitos dos prédios que eram autênticos representantes deste período, foram demolidos, posteriormente.
   A matéria de uma revista no início do século passado, mais precisamente de 1918, assim descrevia Campos: “ A cidade é toda plana, varrida constantemente pelo nordeste. Ocupa uma área de 1.658 hectares, e tem cerca de 5.000 prédios, destacando-se belos palacetes e havendo trabalhos arquitetônicos de monta. Tem 70 kilômetros de ruas, quase todas calçadas, sendo de notar que a pedra vem de quase 6 léguas distante da zona urbana”.
   Mas o tempo passa, Reginaldo Bessa, em versos de música disse:
“A gente dormiu acordado e o tempo depressa passou.
O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém!”...
   Sim, é verdade, o tempo se encarrrega de moldar tudo. Os belos palacetes estão desaparecendo; os trabalhos arquitetônicos se resumindo em traçados retilíneos e envidraçados; a cidade vai mudando, se verticalizando, transformando-se num novo hoje que será velho, antigo... no amanhã.
   Em Campos dos Goytacazes, ainda existem alguns itens históricos que passam despercebidos pelos campistas; muitos deles fazem parte de um conjunto de obras que ganharam o nome de “Os Melhoramentos de Campos” e que, no próximo ano, completarão 100 anos. Mas isto... é uma outra história!


João Pimentel
(Vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes)